O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a decidir nesta terça-feira (25/3) se aceita a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o núcleo principal da tentativa de golpe de estado que culminou com os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023. As denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados são as primeiras a serem julgadas.
A trama começou com as primeiras declarações de cunho golpista sendo foram feitas em 2020 e repetidas no 7 de setembro de 2021, na Avenida Paulista, quando o então presidente Bolsonaro pregou desobediência a decisões judiciais em fala a aliados. Foi ali que disse que “só morto deixaria o governo”. Retomou os ataques em julho de 2022, ao se reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada e renovar declarações de desconfiança sobre a segurança das urnas eletrônicas, que vinha desacreditando desde antes de ser eleito em 2018. Por esse encontro, foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Em dezembro do mesmo ano, bolsonaristas radicais bloquearam ruas em Brasília, tentaram invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram carros e ônibus e entraram em confronto com a polícia. Foi uma reação à decisão do STF que determinou a prisão de um apoiador de Bolsonaro por participação em atos antidemocráticos.
O auge da trama para impedir a posse de Lula aconteceu em 8 de janeiro de 2023, com a invasão e depredação da sede dos três poderes na capital federal. Bolsonaro estava distante, nos Estados Unidos, e alega isso para se defender das acusações de ter liderado as ações golpistas.
Em novembro de 2024, o ex-presidente e 36 seguidores foram indiciados pela Polícia Federal no chamado inquérito do golpe. Antes, ele já havia sido indiciado por participação no esquema que fraudou cartões de vacinação contra a Covid-19 e por desvio de joias dadas à presidência pelo governo da Arábia Saudita.
Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente ao STF pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa. A denúncia envolve outras 33 pessoas do que a PGR chamou de núcleo central da trama. Bolsonaro e sete delas podem virar réus no julgamento que começou nesta terça-feira (25/3).
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