Alexandre Varela, especialista em Vaticano, foi ao estúdio do Repórter Brasil Tarde para analisar como o perfil e a história do Papa Leão XIV se encaixam com a conjuntura mundial atual. O norte-americano Roberto Prevost foi eleito nessa quinta-feira (8) para suceder ao Papa Francisco.
De acordo com Varela, é importante manter o legado que o Francisco deixou para Igreja Católica. “A gente não pode ficar indo e voltando, e ao mesmo tempo cuidar das rupturas da Igreja. Então, o cardeal Prevost é exatamente esse perfil”, afirma.
O nome escolhido por ele, Leão XIV, também indica como conduzirá a Igreja Católica. ”Leão XIII foi o papa que inaugura o trabalhismo, o papa que lá na Revolução Industrial vai se preocupar com o homem deixando o campo e indo para a cidade, totalmente dependente das empresas. Então é alguém que sabe pensar o social, é alguém que se preocupa com os pobres”, conta Varela. “É alguém que, sobretudo, vai saber lidar com toda a política, todas as guerras que estão acontecendo. É o interesse dele”.
Sua atuação por 20 anos no Peru, especialmente em uma região desigual, pode influenciar sua condução. Varela o considera um papa latino. “A gente não esperava ser o centro da Igreja Católica outra vez, já tínhamos um papa latino, e agora a gente tem outro que conhece bem o que acontece aqui”. O novo papa também era o presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina – ou seja, especialista em América Latina do Vaticano.
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“E uma característica interessante do novo papa é que ele ou por oito dicastérios, que são ministérios do Vaticano, o equivalente ao ministério. Imagina alguém que já tivesse ado por oito ministérios. Você ia dizer que é alguém que conhece muito o governo. Então ele conhece muito Roma, conhece muita pobreza, conhece América Latina, conhece Roma e é americano. Então é o papa certo para trazer essa unidade sem parar o trabalho que o Francisco fez. Ou seja, as expectativas são as melhores possíveis”, avaliou o especialista.
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